sábado, 12 de março de 2011

Déminpépou - demorou (até demais...!), mas voltou!!!

Continuação do capítulo 3 - final

Depois de meia hora, ainda não havíamos achado os dois. Ak procurava nas fronteiras e limites das galáxias, Trickilyn, no planeta dela e em outros próximos a ele e eu ficava procurando só em Júpiter, e esperava Ak e Trick voltarem das suas buscas. Eu não podia procurar em outros lugares porque ali havia gravidade (devia ser outro encantamento de fada/elfo), então eu não conseguia “voar” de um lugar a outro, com eu conseguiria se não tivesse gravidade, como no universo normal.

Ak voltou primeiro.

“Não os achei em parte alguma, Démin. Nem nas fronteiras, nem nos limites, nem em nenhum planeta de Marte pra lá.” Ele apontou para a direção do Sol, que ficava na parte mais clara da Via Láctea.

Trickilyn chegou alguns segundos depois.

“Também não os achei em nenhum planeta de Saturno pra lá.” Ela apontou na direção de Plutão, que ficava numa das partes mais escuras.

“Também não os achei em parte alguma de Júpiter”, eu disse.

“Você procurou na parte de baixo de Júpiter?”, pergunto Trick.

“Ele não poderia fazer isso, ia cair no vão de baixo do universo”, disse Ak. “Esqueceu que colocamos gravidade?”

“Ah, é”, disse ela, então parou e pensou um pouco. “Já volto.”

Ela começou a ir na direção da parte de baixo de Júpiter.

“Trick, os primos de Démin também são humanos”, disse Ak. “Eles também iriam cair no vão.”

Ela parou. Mas depois voou para baixo, e em menos de dois segundos, voltou.

“Só para ter certeza”, disse ela, ao ver a expressão de “eu estava certo” no rosto de Ak.

Percebi que Ak tinha chamado meu irmão e minha prima de meus primos.

“Ak, são minha prima e meu irmão, não meus primos”, corrigi-o.

“Opa, erro de parentesco”, disse ele. “Foi mal.”

“Tudo bem.”

Passou-se mais meia hora, e nada de eles aparecerem. Ak procurou em todas as galáxias que ele conhecia a norte e leste, e Trick, em todas que ela conhecia a sul e oeste. E nada.

Dez minutos depois, quando nós já estávamos perdendo as esperanças, os dois apareceram do nada flutuando, e uma fada veio logo atrás deles, vestindo roupas cinza e verde-escuras. Ela estava usando algum tipo de poder para segurá-los no ar.

Ak, Trick e eu abraçamos os dois, dissemos que ficamos muito preocupados, achamos que vocês haviam se perdido nesse universo infinito, e mais um monte de coisa, antes de eles se desculparem e se explicarem:

“Estávamos só conversando com a Éris, gente, calma”, disse minha prima.

“Isso mesmo”, disse meu irmão. “Enquanto essa fada de cabelo azul falava sem parar, e vocês dois prestavam atenção nela, nós conhecemos a Éris, ela nos levou até o planeta dela e ficamos conversando.”

Trickilyn arregalou os olhos, depois ficou com uma expressão de raiva, depois de decepção.

“Éris!”, exclamou ela. “Quanta irresponsabilidade! Você devia ter nos avisado que ia conversar com essas duas crianças lá em Éris, enquanto nós três conversávamos aqui.”

“Puxa, foi mal se eu fiz vocês pensarem que esses dois moleques tinham morrido, se estraçalhado em algum buraco negro, se perdido em algum vão, ou sei lá”, disse Éris com a voz monótona, sem emoção nenhuma.

Ak, Trick e eu arregalamos os olhos.

Depois de um tempo, Trick ainda estava reclamando com Éris, meu irmão e minha prima estavam conversando em algum lugar de Júpiter e eu e Ak, conversando em outro lugar. Perguntei a ele tudo o que eu não havia entendido e estava em dúvida.

“Ak, aquela fada sem expressão é a fada de Éris?”

“Sim”, respondeu ele.

“E o nome dela é Éris? Quer dizer, ela tem o nome do planeta dela?”

“Na verdade, não. É que ninguém sabe o nome dela, porque ela não gosta de dizer pra ninguém.”

Parei para refletir.

“E o que são esses vãos do universo?” Minha outra dúvida.

Ak parou para pensar. Parecia que estava estudando o melhor modo de me responder aquilo.

“Bem, pode-se dizer que os vãos do universo são aqueles lugares vazios, em que não há planetas, cometas, meteoros, meteoritos, asteróides, só algumas estrelas aqui e ali, e onde é muito fácil se perder e nunca mais ser encontrado. Então, por favor, nunca caia em um.” Me arrepiei quando ele disse isso.

“E onde eles ficam, geralmente?”, perguntei.

“Olhe para baixo e você verá o começo de um”, disse Ak.

Olhei. Ele também. Abaixo dos planetas do sistema solar, havia um lugar escuro, bem mais escuro do que a zona de Plutão, e totalmente vazio, que parecia infinito. Parecia que se alguém caísse nele, iria ficar caindo eternamente. Minha espinha gelou.

“Eles não costumam ter lugar definido, podem ser encontrados em qualquer parte do cosmos”, continuou Ak. “E são tremendamente assustadores.”

“Você já caiu em algum?”, perguntei.

“Não, mas uma vez, eu quase caí. Sorte que a Sunery me salvou.”

“Quem é Sunery?”

“A fada do Sol. Você vai conhecê-la em breve. Ela vai nos acompanhar na nossa busca pelo picaploretum. Vai nos ajudar a achá-lo.”

Na mesma hora, olhei para o Sol. Depois de um tempo, meus olhos começaram a arder, então desviei-os. Olhei de novo para Ak, depois para meu irmão e minha prima, depois para Trick e Éris, que agora estavam paradas de olhos fechados; o dedo indicador da mão direita de Éris tocava o dedo indicador da mão direita de Trick, e o indicador da mão esquerda de Éris tocava o indicador da esquerda de Trick.

Comecei a ficar com sono. Há quantas horas eu não dormia? Provavelmente muitas. Deitei-me no chão de Júpiter, fiz as minhas mãos de travesseiro e fechei os olhos, depois de ver que agora Ak era quem olhava para o Sol.

Os caminhos do universo:


1>> Déminpépou e o Ovo Cósmico - capítulo 1

2>> Déminpépou e o Ovo Cósmico - continuação do capítulo 1 - parte 2
3>> Déminpépou e o Ovo Cósmico - continuação do capítulo 1 - parte 3
4>> Déminpépou e o Ovo Cósmico - continuação do capítulo 1 - parte 4
5>> Déminpépou e o Ovo Cósmico - continuação do capítulo 1 - parte 5
6>> Déminpépou e o Ovo Cósmico - continuação do capítulo 1 - parte 6
7>> Déminpépou e o Ovo Cósmico - final cap. 1

8>> Déminpépou - cap. 2

9>> Déminpépou - continuação do cap. 2 - parte 1

10>> Déminpépou - continuação do cap. 2 - parte 2

11>> Déminpépou - continuação do cap. 2 - parte 3

12>> Déminpépou - continuação do cap. 2 - parte 4

13>> Déminpépou - continuação do cap. 2 - parte 5

14>> Déminpépou - final cap. 2

15>>Déminpépou - cap. 3

16>>Déminpépou - continuação do cap. 3 (parte 1)

17>>Déminpépou - continuação do cap. 3 (parte 2)
18>>Déminpépou - cont. do cap. 3 (parte 3)

Um comentário:

Andreia Santana disse...

Baixou o Douglas Adams em você, criatura!? Tá muito boa a história e tão mirabolante, surpreendente e engraçada quanto a série do Mochileiro das Galáxias, que detalhe: você nunca leu e nem viu o filme!!!