sábado, 17 de abril de 2010

até que enfim Déminpépou outra vez!

Continuação do capítulo 3 - parte 2

Uma bomba caiu aos meus pés. Gritei e dei um pulo para trás com o susto.

“Ak, tem uma bomba aqui!”, eu disse, apontando para a bomba no “chão” de Saturno.

Ele se virou para mim. Apanhou a bomba e a observou.

“Não é uma bomba”, disse. “É um tipo de mensagem. Vejam, não tem nem pavio.”

Era verdade. A bomba não tinha pavio. Mostrei a meu irmão e minha prima, mas eles não estavam prestando atenção. Tinham o olhar distante, miravam a desgraça que estava ocorrendo com o Universo: milhares de fadas e elfos morrendo, planetas menores que eu nem conhecia sendo destruídos... Percebi que os dois tentavam ver de onde vinham as bombas. Olhei para todas as direções: parecia que estavam surgindo do nada.

Ak também estava preocupado, mas não em descobrir de onde vinham as bombas: tentava decifrar o enigma da bomba. Fui para perto dele.

“Está na língua dos elfos”, ele me informou. “Mas não consigo decifrar o poema.”

“Traduza para mim, vou ver se consigo decifrá-lo”, eu disse.

Ak começou a tradução.

Em algum lugar no Universo,

coisa estranha terão de achar.

Cuidado com o guardião,

na primeira oportunidade, irá matar.

Onde brilha um corpo celeste,

esta coisa se encontra.

Obstáculos vocês encontrarão,

o caminho está adiante.

É só”, disse ele.

Pensei por um minuto. Chamei meu irmão e minha prima, que custaram a me ouvir (eu gritei com todas as minhas forças), e pedi para Ak ler o poema para eles. Minha prima disse:

“Bom, uma coisa estranha nós teremos de achar no Universo.”

“Isso é óbvio”, eu disse. “Eu quero saber que guardião é esse.”

“Deve ser alguma criatura do universo, um alienígena”, disse meu irmão.

“Até que enfim você está sendo inteligente!”, disse minha prima. Todos riram, menos ele.

Ak leu mais uma vez a mensagem em voz alta. Pensei mais um pouco e perguntei:

“Quais são os corpos celestes que brilham?”

“Estrelas e cometas”, respondeu Ak. “E asteroides, às vezes.”

Pensei mais um pouco. Meu irmão e minha prima também.

“Já sei!”, exclamei, e em seguida, disse trechos do poema. “Em algum lugar no universo, coisa estranha terão de encontrar... Onde brilha um corpo celeste... Teremos de encontrar alguma coisa estranha dentro ou perto de uma estrela ou de um cometa!

“Essa coisa estranha está protegida por uma criatura do espaço...”, disse meu irmão.

“... e os obstáculos são as bombas que estão sendo jogadas aqui!”, completou minha prima. “Bem, e talvez mais alguma coisa perigosa...”

Ak ficou boquiaberto.

“Vocês são realmente muito inteligentes”, disse. “Deixem-me pensar nas coisas estranhas que estão dentro de estrelas e cometas... Bem, dentro de cometas, os cientistas-elfos ainda não descobriram nada, mas dentro das estrelas, eles já sabem que existe um material.

“Qual?”, perguntamos eu, meu irmão e minha prima juntos.

“Bom, pelo que eu me lembro, dentro das estrelas há o chamado picaploretum. Mas é muito difícil entrar em uma estrela ‘viva’. Já descobriram picaploretum inativo dentro de estrelas ‘mortas’, esses cientistas-elfos. Ou teremos de encontrar uma estrela ‘morta’, o que é muito difícil, porque as estrelas têm, mais ou menos, 14 bilhões de anos de vida, e extrair o picaploretum inativo, ou teremos de nos esforçar para conseguirmos penetrar em uma estrela ‘viva’ e extrair o picaploretum ativo. Encontrar uma estrela morta não seria tão difícil para mim, já que os elfos vivem por mais de 15.000 anos, mas para vocês, que são humanos e vivem até os 100, mais ou menos, seria mais complicado. Vou dizer uma coisa, não sei como entrar em uma estrela ‘viva’.”

“O poema diz que tem um guardião protegendo o tal do picaploretum”, disse meu irmão, “então, já que o picaploretum fica dentro da estrela, ele deve estar lá dentro. Podemos esperar ele sair, tomando cuidado para não sermos vistos, depois entrar lá, extrair a tal da substância e sair.”

“Nossa, o seu surto de inteligência de uma hora para outra está me surpreendendo”, disse minha prima.

“Você devia usar um pouco da sua inteligência avançada, já que você é tão mais esperta que eu”, disse meu irmão. Ak e eu rimos baixo. Minha prima não achou graça.

“Certo, a primeira coisa que temos a fazer é procurar uma estrela, desviando dessas bombas”, eu disse.

“Que bombas?”, perguntou minha prima.

Só então reparei que estava tudo muito silencioso, só se ouviam nossas vozes. As bombas tinham parado de vir de todas as direções.

“Bem, um obstáculo a menos”, disse Ak.

“Quem sabe a fada das estrelas possa ajudar vocês?”, disse uma voz atrás de nós.

Era Lirillyn. Ela sorriu para mim.

“Bem pensado”, disse Ak. “Onde está ela?”

“Ela me ligou e disse que vem visitar os planetas... Já deve estar chegando... Vejam, ela chegou!

Ela apontou na direção de Urano. Vinha voando uma estrela com uma fada em cima. Ela estava com os braços abertos, os olhos fechados e gritava “Uhuuuuu!”.

“Ei! Starslyn!”, gritou Lirillyn. “Aqui!”

Starslyn veio com sua estela até Saturno.

“Olá, Lirillyn!”, disse ela. Sua voz era fina e esganiçada. “Oi, Akchimy. Quem são seus amigos humanos?” Ela sorriu para nós três.

“Olá, Star”, disse Ak. “Estes são Déminpépou, o menino-prodígio, seu irmão e sua prima.

Starslyn deu um pulo enorme para trás, quase caindo da estrela.

“O QUÊ?”, perguntou, gritando. “Eu ouvi direito, Ak? O MENINO-PRODÍGIO?

Por que será que todos os seres mágicos, quando me conheciam, ficavam espantados? O que é que tinha de mais em eu ser o menino-prodígio, ter o tal do Dom dos Elfos?

“Você ouviu perfeitamente bem, Starslyn”, disse Ak. “Esse é mesmo o menino-prodígio.

Depois de passados os sustos e de feitas as apresentações de forma mais calma, Starslyn concordou em nos ajudar. De início, pensei que ela podia abrir a estrela em que ela estava em cima e retirar o picaploretum, mas Ak me explicou que aquilo não era uma estrela de verdade, era só o meio de transporte da Starslyn.

“Claro que posso ajudar vocês. Eu sei exatamente como entrar em uma estrela, mas essas que são protegidas por guardiões não são minhas possessões, elas pertencem a cada guardião, e talvez eles tenham mudado o jeito de entrar na estrela. Eu não vejo muitas estrelas ‘mortas’ vagando por aí, mas talvez vocês tenham sorte. Vou-lhes dizer como se entra em uma estrela, mas não contem a ninguém, entenderam?

Fizemos que sim com a cabeça. Nesse momento, uma bomba caiu perto dela e explodiu. Ela criou um campo de força brilhante e dourado em volta de nós .

"Precaução", disse ela. E abaixou o tom de voz quando começou a falar como se entra em uma estrela.


Não fique confuso:

1>> Déminpépou e o Ovo Cósmico - capítulo 1
2>> Déminpépou e o Ovo Cósmico - continuação do capítulo 1 - parte 2
3>> Déminpépou e o Ovo Cósmico - continuação do capítulo 1 - parte 3
4>> Déminpépou e o Ovo Cósmico - continuação do capítulo 1 - parte 4
5>> Déminpépou e o Ovo Cósmico - continuação do capítulo 1 - parte 5
6>> Déminpépou e o Ovo Cósmico - continuação do capítulo 1 - parte 6
7>> Déminpépou e o Ovo Cósmico - final cap. 1

8>> Déminpépou - cap. 2

9>> Déminpépou - continuação do cap. 2 - parte 1

10>> Déminpépou - continuação do cap. 2 - parte 2

11>> Déminpépou - continuação do cap. 2 - parte 3

12>> Déminpépou - continuação do cap. 2 - parte 4

13>> Déminpépou - continuação do cap. 2 - parte 5

14>> Déminpépou - final cap. 2

15>>Déminpépou - cap. 3

16>>Déminpépou - continuação do cap. 3 (parte 1)






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