terça-feira, 5 de agosto de 2008

Os misteriosos mistérios de Déminpépou

Continuação do capítulo 1 - Parte 3

O alto e magricelo empurrou meu irmão e minha prima contra a parede, e bateu na minha cabeça, mas não vi com o quê. E também não me lembro de nada depois da batida na cabeça, acho que desmaiei. E o alto e magricelo me enfiou dentro de um saco preto.
“Mano!”, gritou meu irmão.
“Primo!”, gritou minha prima.
“E agora”, disse o baixinho e gorducho, “cuidaremos de vocês dois.”
O baixinho e gorducho agia como se fosse o chefe, mas acho que nenhum dos dois era, eles só eram uma dupla.
“C-como assim?”, perguntou meu irmão, com medo da resposta que eles iam dar.
“Assim!”, exclamou o alto e magricelo, e logo após tirou do bolso um controle remoto. Havia a tecla DPR (devia ser DESAPARECER), e ele a apertou em direção ao meu irmão e à minha prima. Sei disso tudo que aconteceu depois que bateram na minha cabeça porque depois que o susto passou, meu irmão e minha prima me contaram. Contaram-me também com o que eles bateram na minha cabeça, disseram que pensaram que eu havia morrido e que eu poderia ter morrido, porque a pancada foi forte. Não foi com um martelo, nem com uma colher de pau, nem com uma vassoura e nem com uma pá que ele bateu na minha cabeça. Mas isso nem importa. Meu irmão e minha prima desapareceram assim que o alto e magricelo apertou a tecla DPR na direção deles.
Ainda não obtive a informação que diz aonde meu irmão e minha prima foram parar. Mas procurarei até achar e contar para vocês.
Vocês devem estar se perguntando como é que meu irmão e minha prima me contaram coisas se eu nem os encontrei ainda. Pois bem, nós inventamos um relógio que, além de mostrar as horas, também serve de comunicador. Assim, podemos nos comunicar com alguém mesmo que esse alguém esteja a milhas de distância, contanto que o alguém também tenha um desses relógios. Esse relógio que nós inventamos – eu não sei se alguém antes de nós já havia inventado – é tipo um walk-talkie. Agora, neste exato momento, estou escondido atrás de um sofá gigante, na casa de duas pessoas que acredito serem os líderes do baixinho e gorducho e do alto e magricela. Este sofá é tão grande que é preciso subir em uma escada para sentar nele. Talvez eles me achem. Não posso dar atenção à escrita e deixar de prestar atenção neles. Agora, neste exato dia, hora, minuto e segundo, estou tentando identificar detalhes importantes na conversa dos dois.
“Você tem algum plano de como podemos capturar aquele garoto do dom?”, perguntou um, olhando com cara feia pro outro.
“Sei lá. Depois que o baixinho e gorducho e o alto e magricelo falharam e deixaram-no escapar do saco em que ele estava desmaiado, não sei mais o que fazer. E você?”, perguntou o segundo, meio aborrecido.
“Também não sei o que fazer”, disse o primeiro.
Depois que o segundo afirmou aquilo, eu não tinha mais dúvidas: eles eram os líderes do baixinho e gorducho e do alto e magricelo. Estou começando a me lembrar, agora, de quando eles me enfiaram no saco. Antes disso, eu, minha prima, meu irmão e minha mãe estávamos com nossas armas e eu anotando tudo que eles (o baixinho e o alto) e nós estávamos dizendo. Quando eu perguntava alguma coisa, ia logo anotando, e através dos nossos comunicadores-relógios, meu irmão e minha prima me contaram que quando eles me enfiaram no saco, o meu caderno foi junto comigo, e como o gorducho e o magricelo não sabem dar nós muito bem, enquanto estava distraídos, eu acordei, saí de dentro do saco e me escondi embaixo de uma mesa que estava (e está) no mesmo lugar onde tem o sofá em que estou escondido agora.
Meu irmão e minha prima sempre dizem que aonde eu vou, meu caderno vai junto, por causa de todas as minhas outras aventuras, em que, aonde quer que eu fosse meu caderno ia junto, e eu escrevia um pedaço da história.
“Se ao menos nós achássemos o Ovo Cósmico”, disse o segundo, olhando para o teto.
“Mas não temos idéia de qual seja sua localização”, disse o primeiro, desapontado.

2 comentários:

Andreia Santana disse...

Onde será que está o tal ovo cósmico? por que tiraram o coitado do Déminpépou de casa no meio da madrugada? cadê a mãe dele que foi desintegrada? oooh meu deus, tantos mistérios misteriosos que fico aqui, roendo as unhas que não tenho e tentando encontrar explicações. Ler Déminpépou é melhor que assistir filme de suspense.

Mattys disse...

Vc tem unha sim, mamae, elas so nao acompanham o ritmo de crescimento das outras. E thank you pelo elogio, viu, ne, ta?