A Serpenpeixe
No capítulo anterior, se vocês estão lembrados, a tripulação do capitão Cabeça Dura foi atacada por uma criatura medonha. Reveja a última fala do capítulo:
– Depressa, Diópis! – o capitão não podia ficar um segundo sem dar ordens ao seu assistente. – Vá até a biblioteca do Nine e pegue o Livro de Criaturas Marítimas antes que afundemos!
Diópis saiu correndo, com muita pressa de chegar à biblioteca, por que o tempo corria contra eles. No caminho, topou com Muitryr, o membro mais confiante do capitão (depois de Diópis, é claro!). Diópis entrou em portas erradas 6 vezes, e o capitão começou a gritar:
– Depressa, Diópis!!!! – gritou. – Ou você prefere que a criatura comece a comer todos nós para, então, pegar o livro?
– E-está b-bem, capitão-tão, eu tentarei-ei en-entrar na por-porta certa – gaguejou Diópis.
Finalmente, ele encontrou uma porta onde estava escrito Library e entrou.
Quando chegou à biblioteca, Diópis não começou logo a procurar o livro que o capitão tinha dito para ele procurar. Ele sentou-se em uma das mesas que havia lá e ficou pensando e imaginando várias coisas. Só depois que o capitão gritou “Depressa, Diópis!!!!!” umas 7 vezes foi que ele acordou do sonho e começou a procurar o livro.
Procurava, procurava e não o achava. Só depois que o capitão gritou (você já sabe o quê) foi que ele bateu o olho em uma lombada onde estava escrito Livro das Criaturas Marítimas e o puxou da estante cheia de teias de aranha (porque ninguém nunca ia lá há meses).
Limpou o pó e as teias de aranha da capa do livro e o levou até o capitão, que estava mais cabeça dura que antes.
O capitão o mandou procurar no índice Criaturas com aparência de cobra e Criaturas com aparência de peixe, mas só em Criaturas com aparência misturada que os dois encontraram o que queriam.
– A-aqui está-tá, ca-capitão, a Ser-serpenpe-peixe! – exclamou Diópis, entusiasmadíssimo.
– Leia o que diz aí, por favor – disse o capitão Cabeça Dura calmamente, pela primeira vez não gritando e pedindo por favor.
– “A Serpenpeixe é muito perigosa. – leu ele. – Uma vez irritada, é muito difícil a pessoa se desculpar. Seu veneno é muito forte. Mata pessoas em cinco minutos ou até em cinco meses. Quando a pessoa é envenenada, sente tontura e dores lugar no da
– Con-continuo? – perguntou Diópis.
– Sim – parecia que o capitão estava aprendendo a ser educado.
– Ajuda: – continuou Diópis. – “Uma vez mordida, a pessoa já corre risco de morte. Para saber em que prazo você morrerá, olhe pela mordida. Ex.: se você for morrer em um mês, a mordida estará com a forma de um 2 e a de um m. Se for morrer em 5 minutos, a mordida estará com a forma de um cinco, a de um m e a de um i etc.”
– Cura: – continuou Diópis. – “Para o ferimento ser curado, a pessoa precisa fazer com que a Serpenpeixe dê uma mordida no mesmo lugar e com a mesma forma da primeira mordida, porque se a forma for diferente, a pessoa vai ser envenenada de novo.” É-é só-só o-o q-que d-diz, capitão D-dura.
– Envenenado de novo... hum...
– C-capitão?
– Estou só pensando numas coisas, Diópis... apenas pensando... – disse o capitão Cabeça. – Muitryr!! Venha cá!!!
– Sim, capitão? – Muitryr era o campeão de velocidade da tripulação, incluindo o capitão Dura.
– Tente de todo jeito acalmar essa fera, e por favor, não deixe ela morder ninguém!!
– Sim, capitão Cabeça! – disse Muitryr, e saiu correndo.
– T-tudo b-bem, ca-capitão? – perguntou Diópis.
– Tudo, tudo, Diópis, tudo. Ai! Ai...
– O-o que foi, capitão-tão?
– N-não sei... – gaguejou o capitão Dura. – Senti como se eu tivesse sido mordido no meu braço direito. Ai! – lamentou.
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