Cordéis

Cordel da formação do povo baiano

Matheus

O povo baiano não se formou

Em um único ano,

Misturaram-se três etnias,

Português, índio e negro africano.

E sem qualquer preguiça,

Nossa raça é mestiça,

Nagô, guarani, lusitano.

Dos portugueses e outros europeus

Herdamos o Catolicismo,

E foram os padres jesuítas

Que ensinaram aos índios o catecismo.

E foi também, da Igreja Católica,

Que herdamos a simbólica

Cerimônia do batismo.

Dos índios então herdamos

O respeito à natureza,

Das matas e florestas

Em toda a sua beleza.

Um pedaço da nossa historia

Está aí, guardada na memória,

Nas florestas de grandeza.

Do negro africano

Herdamos o Candomblé,

A religião que acredita

Nos orixás da fé.

Da África veio ainda

Nossa culinária tão linda,

Vatapá, caruru, abará e acarajé.

Lá longe, na Europa,

Surgiu alguém chamado:

Diogo Álvares, o Caramuru,

Assim foi nomeado.

Mas por que? Por que será?

É uma das coisas mais interessantes que há

No nosso mundo agitado.

Caramuru, o português,

“filho do trovão”, na verdade,

Chegou às terras dos índios

E com eles fez amizade.

Lá, Caramuru

Conheceu Paraguaçu,

E ajudou a fundar a cidade.

Salvador, primeira capital do Brasil

Foi essa cidade falada,

Construída também pelos índios,

Foi por Tomé de Souza fundada.

Sobre uma montanha construída

E em duas dividida,

A cidade tão sonhada.

Pedro Álvares Cabral,

Com barcos sem nenhum furo,

Partiu de Portugal

Chegando a Porto Seguro.

Desviou-se da rota e “descobriu”

Dia 22 de Abril,

O Brasil, país do futuro.

Na verdade, não foi ele

Que descobriu primeiro o Brasil,

Os índios já estavam aqui

Muito antes do mês de Abril.

Os portugueses apenas tomaram

As terras que os índios acharam,

Terra cheia de pau-brasil.

Portugueses e indígenas,

Todos se misturaram

Quando Cabral e seus homens

Aqui no Brasil chegaram.

Mas quando ele chegou,

Os índios assustou

Só que depois se relacionaram.